segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Bendita chuva

- Já são quase dez horas, acho que eles não voltam hoje!
Chovia torrencialmente em São João Del Rei e as famílias de Betina e Sandoval resolveram passar o fim de semana no sitio dos pais de Sandoval, era uma casa grande cercada de campos verdes, sem vizinhos. O lugar trazia uma sensação de paz, tranqüilidade e liberdade. Quem tomava conta era o seu José, caboclo mineiro, daqueles que adorava o sossego e uma branquinha, durante a semana ele cuidava de tudo, plantava, fazia queijo, goiabada, cuidava das criações e dos reparos.
No fim de semana ele ficava na cidade, bebia e contava causos e bebia, bebia e bebia na segunda ele voltava para o sitio e a rotina de trabalho, beber mesmo só no fim de semana, durante a semana era uma antes do almoço, uma antes do jantar e duas antes de dormir, ele era disciplinado.
Na varanda do casarão Betina e Sandoval esperavam pelos pais, seu José estava na cidade e eles estavam sós.
-Tininha, não se preocupe a estrada deve estar perigosa e eles devem ter ficado por lá.
-Eu não estou preocupada com eles, só queria saber se eles voltam ainda hoje. Betina deu um sorriso sapeca para Sandoval que, acreditem, entendeu tudo.
- Senta aqui um pouco e observe. – Pediu Sandoval.
Tininha sentou e olhou para o infinito verde no começo e depois escuro.
-Você acha que não conseguiríamos perceber se eles estivessem voltando? – Indagou Sandoval.
-É verdade, daqui temos a visão de tudo. – respondeu Betina.
Sandoval beijou Betina apaixonadamente, Betina sentiu que aquele era o momento certo, olhou-o nos olhos com aquela carinha de menina assustada e disse:
-Tô com medo Sandô, eu estou morrendo de vontade, mas estou com medo.
A primeira vez é o encontro com o desconhecido, expectativa, ansiedade e, é claro, o medo.
Sandoval estava decidido e sabia que muita coisa dependia única e exclusivamente dele, afinal a tão esperada primeira vez deles seria algo que eles se lembrariam para sempre.
- Tininha, eu também tenho medo, mas a paixão e o amor que sinto por você são maior que tudo.
Beijou novamente e sentaram-se um de frente para o outro, o som da chuva misturava-se com os gemidos de Betina. Sandoval desnudava-a enquanto contemplava aquele corpo maravilhoso de pele bronzeada, sentia os seios rijos roçando seu peito enquanto se beijavam, os dois estavam embriagados de tanto desejo.
Subitamente Sandoval pegou Betina no colo e se dirigiu para o interior da casa.
-O que você está fazendo? – perguntou Betina.
-Te levando para o quarto! – respondeu Sandoval sem se importar.
Em minutos os dois estavam nus, explorando cada milímetro um do outro, curvas e retas, sabores e gemidos no ritual sagrado dos amantes.
Os dois descobriam os mais variados sabores do amor na alquimia do beijo, viajaram por outras dimensões na magia do toque.
- Não agüento mais meu amor! Te quero dentro de mim, por favor! – suplicou Betina.
Sandoval quase não conseguia falar de tanto desejo e respondeu algo entre um gemido e um sim.
Sandoval posicionou-se sobre o belo corpo de sua amada Betina e com toda a gentileza e firmeza exigida na ocasião foi invadindo o corpo de Betina, que extasiada apertava seu corpo contra o dele.
Sentiam o calor dos corpos e o sal de suas peles entre beijos, mordidas e sons desconexos, naquela hora eles se tornaram apenas um.
Apenas um gemido, um sabor, um movimento, uma explosão.
Betina chorava compulsivamente, parecia que sua alma saíra de seu corpo e que descobrira um novo mundo.
-Sandô, te amo!
-Eu te amo demais Tininha, fica comigo pra sempre?
-Pela eternidade! – respondeu Betina
A luz fraca deixava-os mais bonitos ainda, como se fossem uma gravura em óleo feita por um pintor apaixonado.





Continua...

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