segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Life's a beach

- Deus me livre! - bradou Tunhão no meio do caminho.
- O que foi Tunhão? - indaguei
- Nada, Deus me livre é o nome desse morro! hahahaha...
Era a primeira de muitas viagens que faria com aquele pessoal, todo ano, no mês de janeiro, eles acampavam naquela praia ou seria vilarejo.
- Porra, este morro me mata! - dizia o quase esbaforido Tunhão.
- Mas vale à pena, dá uma olhada!
Só então pude perceber a beleza daquele santuário, o mar azul, a praia quase deserta, exceto por alguns pontos que, provavelmente eram as barracas do pessoal que foi na frente.
- Bródinho cê vai gostar, marca essa data, porque você vai voltar aqui todos os anos!....hahaha.
Depois de uma hora e tanto chegamos e já estavam o primo Cabelo, primo Preto, primo da Lua, a Lua, o pequeno Siddhartha (pois é ele nunca perdoou os pais pelo nome, Siddhartha Gautama dos Reis) e o Nêgo boy com a nova namorada.
As barracas estavam em um semicírculo, o primo da Lua trouxe as barracas na komboza (naquela época uma barraca tinha quase o mesmo peso de uma casa) e assim que chegamos começamos a montar, faltando pouco para terminar, percebi um bicho grilo se aproximando.
- Salve Tunhão! - disse o bicho grilo, com muita intimidade.
- Fala Bagarai, quanto tempo meu bródi! - estranhei o nome, apelido ou sei lá o quê..
Depois de uma breve conversa Tunhão nos apresenta:
- Esse é o Bagarai, gente boa, estradeiro e agente de viagem oficial. - disse Tunhão.
- Mermão, se você é amigo da rapeize é meu bródi também, tá em casa! - firmando o dito com um abraço.
- Vai participar do campeonato? - perguntou Bagarai
- Acho que não... - disse sem saber do que se tratava.
- Vai sim, com certeza ele vai. - afirmou Tunhão com uma bela gargalhada!
Depois do almoço e da merecida siesta, o primo Preto, Tunhão, primo Cabelo e eu fomos dar uma volta para que eu pudesse conhecer aquele paraíso quase deserto.
- Que campeonato é esse que o Bagarai falou?
Eles se entreolharam, começaram a rir e disseram:
- Relaxa e faz o mesmo que a gente!
Mal acabaram de falar tiraram as bermudas e correram na direção do mar, eu fiz o mesmo sem questionar. Tem coisa melhor que nadar pelado?
Dentro da água eles disseram:
- Jacaré pelado, todo ano tem campeonato e já virou tradição aqui em Trindade!
Depois de quase uma hora "treinando", saímos da água e fomos para as pedras, onde Bagarai estava sentado com duas garotas, tocando violão.
Sentado ali pude admirar mais um pouco da beleza daquele lugar e entender o porquê do apelido Bagarai e melhor ainda, soube o porquê dele ser o agente de "viagem" oficial.
- Esse tá bom Bagarai! - exclamou Bagarai com certo orgulho.
A luz do entardecer tornava a paisagem mais bonita, o THC tornava as cores mais brilhantes e eu me sentia leve "bagarai".




Continua...

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