segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Second stage

- Não fala nada,vem comigo!
Ela era assim, surpreendente, não tinha hora marcada, frase datada, ela era renovação contínua. Sandoval já estava acostumado e até gostava, céu e terra, sol e mar, yin e yang, queijo e goiabada. Em todo colégio existem os "casais", aqueles que todos crêem que irão noivar, casar, ter filhos e envelhecer juntos. Ah! A inocência adolescente, se tudo fosse assim, um conto de fadas contínuo.
- Vai lá, vai lá seu Sandô! A dona Bê tá esperando! ha ha ha ha! - Sandoval já estava acostumado com as brincadeiras e sabia que naquele deboche dos amigos havia uma ponta de inveja.
- O que foi Tininha? Tá maluca, você precisa parar com essa mania, chega de repente e não quer saber se eu estou ocupado ou não, que coisa!
Sandoval fazia o tipo bravo, mas no fundo ele adorava. Quando a Betina chegava assim de supetão ele sabia que alguma coisa boa aconteceria, alguma maluquice daquela menina sapeca.
-Ai Sandô! Não fala assim comigo, eu gosto tanto de você!
Aquele biquinho que Betina fazia deixava Sandoval maluco e ela sabia.
- Desculpa meu doce deleite!
Sandoval adorava fazer trocadilhos "poéticos", ingênuos, porém poéticos.
- Sandô, amanhã eu quero ir ao cinema, quero assistir os embalos de sábado à noite, me leva?
Betina sentia um tesão enorme pelo Travolta, uma paixão secreta, coisa de adolescente. Toda menina tem uma paixão secreta e Betina não era diferente, era adulta decidida em certas coisas, adolescente sonhadora em outras, na medida certa.
- Claro que levo, eu também quero assistir! Mas depois do cinema eu quero sorvete na praça e beijo com sabor de baunilha, isso é inegociável.
O olhar de menina sapeca de Betina deu lugar ao olhar de desejo, de mulher. Olhou nos olhos de Sandoval e disse:
- Beijo molhado, corpo suado, beijo gelado, corpo colado, hummm! Ai, ai, ai, olha como você me deixa Sandô!
Betina ficava arrepiada dos pés à cabeça e Sandoval sabia o porquê. Pronto agora eu tenho que sentar, respondeu para Betina com um olhar, os dois riram um riso secreto e sentaram.
No dia seguinte Sandoval foi buscar Betina e rumaram para a sessão das 18:00hrs, dona Jacira mãe de Betina não precisou dizer o horário, Sandoval já sabia qual era, 23:00hrs na porta de casa. Betina estava linda, cabelos longos, soltos, cuidadosamente penteados, camisa feita de um tecido fino em contato com a pele e o cabelo, causava um efeito hipnótico em Sandoval, não bastasse isso ela usava uma mini-saia que deixavam as coxas esculturais à mostra.
Durante o filme Betina não tirou os olhos da tela, o tempo todo admirando o Travolta, o sorriso do Travolta, o estilo do Travolta, o corpo do Travolta.
Que fresco! - pensou Sandoval. É claro que ele saiu do cinema emburrado.
- O que foi? - perguntou Betina (como se ela não soubesse o que era)
- Óia, ocê podi gostá di paixão dessi tar di Travolta, mas ocê namora cumigu, minerim di são juão del rey.
-Pára de falar assim! É claro que namoro contigo, te adoro e quer saber você é muiiito mais gato que o Travolta! - Betina era talentosa e quando queria, era bem convincente.
- Se você está dizendo, eu vou acreditar. - respondeu Sandoval com um sorriso.
Na praça Sandoval comprou dois sorvetes de baunilha, o sabor preferido dos dois. Procuraram um banco vazio perto da fonte, para ouvir o som das águas, olharem as estrelas e principalmente para beijar. Sandoval disse:
-Sabe o que é mais gostoso no sorvete de baunilha?
-O que é?
-Teu beijo! - e tascou um beijo cheio de vontade com gosto de baunilha em Betina.
-Sabia que o mundo gira quando você me beija assim, me deixou arrepiada.
O relógio da torre marcava quase 21:30hrs quando Betina disse:
-Sandô, está tão gostoso, vamos até a igreja - Sandoval e todos os casais de namorados sabiam que na verdade não era a igreja e sim o murão da igreja, escuro e quase ninguém passava por lá à noite.
-Só se for agora!! - Sandoval estava com um sorriso enorme estampado na cara.
No murão da igreja a coisa ficou séria, os beijos quentes e molhados como devem ser, tinham um frescor adolescente, as mãos exploravam os contornos, estavam tão abraçados que pareciam um só corpo. Num certo ponto Betina não aguentou, pegou a mão de Sandoval e a colocou sob a mini-saia e disse:
- Surpresa! - Betina estava usando apenas a mini-saia, já havia planejado de antemão a deliciosa surpresa para Sandoval. E ele, é claro ficou mudo, não havia espaço para palavras diante de tanta volúpia. Para torturar um pouco mais, entre gemidos sussurrou no ouvido de Sandoval:
- Eu disse que era tudo seu e sempre será, eu te quero muito.
Betina abriu o zíper da calça de Sandoval olhando-o nos olhos e o aninhou entre suas coxas, prensando Sandoval entre elas, o movimento sincronizado causou um fibrilar nos corpos, resultando numa explosão de prazer. Sandoval quase desfaleceu sentindo a respiração ofegante de Betina.
- Eu te amo Sandoval , te amo demais!
Aquela noite ficou marcada para sempre na vida de Betina e Sandoval.




Continua...

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