Não existe nada melhor que uma boa conversa, dessas que fluem naturalmente, onde você ri, fica sério, se emociona. Dessas que você sai renovado, com gostinho de "quero mais".
Outro dia numa conversa dessas, com uma pessoa muito bacana, lembrei do wabi sabi.
Já sabe o que é wabi sabi?
Conversávamos sobre as imperfeições, físicas, sentimentais e emocionais.
Já repararam que hoje em dia tudo tem que ser perfeito?
Ninguém se contenta com uma barriguinha, uma ruguinha, uma cicatriz, um seio flácido, o tamanho do pênis, calvície, bom deixa eu parar por aqui, pois essa lista não tem fim.
Não chegar em primeiro lugar, não ser o melhor, não cumprir a meta, ter que desistir de algo é motivo para começar a fazer analise, regressão, trabalho com o pai Dito.
Um porre daqueles, um olhar analítico, o esquecimento de alguma data, uma brochada ou até um traque solto involuntariamente na hora errada pode ser motivo de divórcio.
Aposto que você deve estar pensando que esqueci o titulo do texto, mas era exatamente sobre estes assuntos que conversamos quando lembrei do wabi sabi.
Aprendi este termo na minha adolescência, no auge da minha arrogância, dizendo ao velho mestre o quanto gostaria de ser perfeito (hei! não esqueça que eu era um adolescente) rápido, forte, sábio, bla, bla bla.
Ele simplesmente me interrompeu dizendo, wabi sabi.
- Wabi sabi é saber encontrar a beleza no imperfeito, no inacabado, no feio. Disse ele num português macarrônico.
- Você nunca será eterno, pois tudo é impermanente. Você nunca saberá tudo, pois tudo é incompleto. Você nunca será perfeito, pois todas as coisas são imperfeitas. Continuou ele.
- Encontre a beleza no simples, no incompleto, no imperfeito e talvez você não sofra tanto no futuro.
Demorei para entender o que ele me disse naquele dia e talvez não tenha entendido até os dias atuais, mas sacumé, wabi sabi.
A música acima é a tradução perfeita da filosofia wabi sabi e foi composta pelos monges madalenicos pinheiristícos e trapianos Tony "Pituco" Freitas & Carlos "o chacal" Castelo.
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